Medicina centrada no paciente e capacitação do consulente Medicina Geral e Familiar

Autores

  • Luiz Miguel Santiago USF Topázio, ACES Baixo Mondego Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior Escola Superir de Tecnologias daSaúde de Coimbra
  • Ana Filipa Reis MD, FMUC
  • Philippe Couto Botas USF Topázio, ACES Baixo Mondego
  • Carolina Duarte Pereira USF Topázio, ACES Baixo Mondego

DOI:

https://doi.org/10.35323/revadso.35201530

Resumo

Objetivos: São objetivos deste estudo a validação do Questionário da Medicina Centrada no Paciente em Portugal (MCP-PT), e a verificação da existência de MCP na opinião do consulente, relacionando-a com a Capacitação, segundo instrumento próprio (PEI/ICC).

Tipo de Estudo: Observacional, multicêntrico, não aleatorizado.

Local: Unidades de Saúde Familiar (USF) Topázio, Rainha Santa e Briosa, ACeS Baixo Mondego.

População: Pacientes das USF Topázio, Rainha Santa e Briosa.

Métodos: Construção de MCP-PT segundo os seis componentes da Medicina Centrada no Paciente (MCP) propostos por Moira Stewart e verificação da sua fiabilidade populacional. Aplicação do MCP-PT e do PEI/ICC em duzentos utentes das USF Topázio, Briosa e Rainha Santa. Análise das respostas segundo o género, grupo etário, tipo de família, grau de formação, ter doença crónica e tomar medicamentos regularmente. Verificação de correlação entre os questionários.

Resultados: O MCP-PT obteve valores de alfa de Cronbach superiores a 0,8, com elevada fiabilidade. A amostra inquirida é maioritariamente feminina, entre 36 e 64 anos, vive acompanhada, tem a 4ª classe e toma medicamentos regularmente, referindo 50% ter doença crónica. No MCP-PT a distribuição das respostas foi maioritariamente “Sim” e, no PEI/ICC, a resposta “Melhor” foi tendencialmente mais escolhida. O MCP-PT, sendo um indicador composto por vários objetivos, foi estudado em valor absoluto e em distribuição relativa a valores percentílicos. O PEI/ICC tem também valor de indicador que estudámos igualmente. Verificámos correlação entre o MCP-PT e o PEI/ICC, que variam em sentido oposto de valor, com p=0,010.

Discussão e conclusões: A verificação de correlação positiva entre a MCP e a Capacitação permite pensar em melhores resultados terapêuticos da consulta médica se a MCP é realizada. Salientamos a necessidade de se realizarem mais estudos nesta área.

 

Palavras-chave: Medicina Geral e Familiar, Medicina Centrada no Paciente, Capacitação, Consulta.

Biografias Autor

Luiz Miguel Santiago, USF Topázio, ACES Baixo Mondego Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior Escola Superir de Tecnologias daSaúde de Coimbra

Luiz Miguel de Mendonça Soares Santiago é Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra em 1979 com a média final de 16,35 valores, é Mestre em Saúde Pública pela Universidade de Coimbra desde 2006, com a Classificação de Muito Bom e Doutorado, pela Universidade de Coimbra, na Especialidade de Sociologia Médica, ramo de Medicina Preventiva e Comunitária em 2009, por “unanimidade com distinção e louvor”, sendo actualmente Professor Associado da Universidade da Beira Interior, responsável pelo terceiro ciclo em Medicina Geral e Familiar, curso de pós-graduação em Cuidados de saúde Primários. Lecciona em cadeiras de Medicina Geral e Familiar, ao longo de todo o Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências das Saúde. Desde 2014 é também Professor Associado da Coimbra Health Scholl onde lecciona Farmacologia em Mestrados e Patologia Geral. É Consultr, Assistente Graduado Sénior de Medicona Geral e Familiar, trabalhando na USF Topázio em Coimbra, no ACES Baixo Mondego.

Tem trabalho publicado em Revistas Nacionais e Internacinais, sendo palestrante em Congressos vários.

Philippe Couto Botas, USF Topázio, ACES Baixo Mondego

MD, Inerno de especialdade de MGF.

Metrando em Medicina do Desporto

Carolina Duarte Pereira, USF Topázio, ACES Baixo Mondego

Interna de Especialidade de MGF

Pós graduada em CSPpela FCS da UBI

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Publicado

2015-11-30

Edição

Secção

Investigação